segunda-feira, 5 de julho de 2010

Cri Cri

Minha cara TV... Me divirta! Eu estou aqui a três horas e até agora não passou nada no mínimo interessante. Meus dedos batem entediadamente no controle, não sei mais o que fazer. Eu me mudei a pouco tempo, não pense que eu mudei de casa, ou para uma cidade vizinha, eu mudei de estado, do tipo, seis horas de distância de onde eu morava antes, sem nenhum familiar na cidade, nem nada do gênero, ou seja, ninguém pra conversar o dia inteiro. E o fato de minha melhor amiga ter algum problema em ficar na frente do computador não ajuda muito, mas ainda somos melhores amigas, assim espero.
Resumindo, eu não tenho anda pra fazer durante o dia, apesar de que ainda tenho que arrumar as caixas dessa casa e tudo mais, mas é cedo e todo mundo está dormindo, exceto minha mãe.
Finalmente eu resolvi desligar a TV, o computador está no quarto, e as portas realmente fazem muito barulho, então, a idéia de mexer no computador é impossível.
Vou até a cozinha, nisso tropeço em pelo menos três caixas no meio do corredor, e é impossível achar alguma coisa entre tantas caixas, então, nada de comida também.
O que eu faço agora? Nada passando na TV, nada para comer, nada para ler, nada para conversar com minha mãe. Cri Cri, um silencio mortal vaga por essa casa, pela minha mente. Já cansei de pensar no que fazer, eu estou morrendo de saudades da Alice, e de todo mundo da minha antiga cidade.
E novamente, a única coisa que se dá para ouvir, além das caixas sendo abertas no quarto da minha mãe, são os meus passos distraídos vagando pela sala... Meu celular está logo ali, em cima do sofá, e ninguém me liga, ou me manda uma mensagem desde duas semanas atrás.
As duas únicas pessoas no mundo que eu teria alguma coisa para falar não têm crédito para me responder, e também não posso ligar, porque é muito caro, então, tenho que mandar uma mensagem, e por mais que eu saiba que não haverá resposta, vou mandar mesmo assim. Peguei o celular, deitei-me no sofá vazio e comecei a digitar uma mensagem, para quem eu ainda não tinha pensado, então resolvi começar de novo. Havia mandando outras mensagens sem resposta antes, e todas elas eu estava muito estressada, e isso pode ter dado uma impressão errada de tudo, mas é que a saudade é muito grande, e por ser tão longe, acho que logo serei esquecida, e talvez eu tenha repetido isso muitas vezes, até demais.
Pedi desculpas e no final escrevi um típico “Eu te amo, estou morrendo de saudades. Beijos.” Mandei para o meu namorado, ele não é meu namorado oficialmente, mas eu o considero tanto, e gosto tanto dele que nem me importo mais de chamá-lo de namorado. Ele diz que me ama também, mas não tenho tanta certeza, nunca posso ter certeza dos sentimentos dos outros, mas isso não é o importante, eu queria poder dizer tudo preciso pessoalmente e ver sua expressão, poder entrar em sua mente e descobrir se ele realmente gosta de mim.
Novamente não tenho nada para fazer, além de pensar nas pessoas que eu tive que deixar para trás, e sempre olhar meu celular e conferir se ninguém me mandou uma nova mensagem.
Pelo visto, até eu conhecer novas pessoas, minha vida será para sempre um eterno “cri cri”.
Beijos e abraços. Esperando por noticias suas para me libertar de todo esse Cri Cri.

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